Um dia a mulher gritou: SOU GUERREIRA!
E o eco de sua voz se fez ouvir além das fronteiras!
Sou mulher – mãe guerreira! O fogão não é mais meu limite.
Sou chamada a “rainha do lar”.
Mas, sou bem maior que o oceano e o mar.
Saí... A aurora não ganhara ainda o céu.
Fui ao sepulcro do meu povo – qual Madalena um dia – e vi:
Havia vida a proclamar! E o meu limite não ficou sendo o meu lar.
Sou mãe... Dou vida. Sou líder, profetisa, poetisa.
Sou esposa – sou compreensão.
Sou Mulher... dor...
Sou povo, sou amor – RESSURREIÇÃO!
Onde houver um caído, eu o levanto. Onde há um morto, um doente, alguém chorando... aí sou guerreira, sou pássaro... eu canto. Levanto meu povo e o tiro da escravidão!
Meu nome é LIBERTAÇÃO.
Sou Paz, sou Esperança. Sou arco-íris neste mundo de injustiça.
Sou Igualdade...
Meu nome é Fraternidade.
Me chamo Povo – sou Humanidade.
Quem quiser me encontrar... Ah! é fácil... Não estou só no lar. Estou na luta – sou guerreira, sou negra, sou pobre, sou idosa, sou viúva e quase analfabeta.
Mas é fácil me encontrar na luta. No movimento popular!
Ali todos me conhecem...
Sou o que sobrou de ALEGRIA e AMOR.
Sou tudo de bom, de sonho e de céu.
Sou apenas Maria-Mulher, Maria Miguel!
(Maria Miguel - Comunidade São José – São Paulo/SP)
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