sexta-feira, 1 de abril de 2011

Agradecimento - Campanha Pró-Haiti

 “Lembrem-se de ser generosos/as, saibam repartir os bens com os pobres, porque são essas oferendas que louvam a Deus” (Hebreus  13,16).
“Recomendo-vos que vos lembreis dos pobres e necessitados; o que também procurei sempre fazer com grande diligência”
(Gálatas  2,10).


 Queridas/os simpatizantes do carisma francisclariano e demais pessoas amigas e colaboradoras.
No mês de dezembro de 2010, iniciamos uma campanha de advento solidário para ajudar a socorrer o povo haitiano em suas necessidades emergenciais. E agora voltamos, com o coração agradecido, para dizer: muito obrigada por sua generosa colaboração, que será traduzida em leite, água potável, grãos para semear..., que irão contribuir para saciar a fome e possibilitar vida mais digna ao povo haitiano. Nossa campanha em Minas Gerais rendeu o total de R$ 20.419,00.

 Essa experiência nos lembra que na história humana há edificantes testemunhos de solidariedade e compaixão com pessoas fragilizadas e empobrecidas. Os autores bíblicos falam com veemência da dádiva aos necessitados da partilha do pão e dos bens com os pobres, os órfãos, as viúvas, os migrantes. Diz Isaias:

Se abrires a tua alma ao faminto e o fartares, tua luz brilhará nas trevas... O Senhor estará sempre a teu lado, te fartará até em lugares áridos e fortificará os teus ossos” (Is 58,7-11).

Jesus não consegue anunciar o Reino de Deus e sua justiça sem dar preferência aos pobres, aos despossuídos de tudo. Ele se apresenta como o profeta da misericórdia de Deus, fazendo-se um com os últimos. Às pessoas sensíveis, que reagem com compaixão diante dos necessitados, Jesus fala:

 “Benditos sois vós, porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, estava nu e me vestistes, era estrangeiro e me acolhestes, estava doente e me visitastes” (Mt 25,31-46).

Nesse relato, Jesus nem fala de justiça, mas das necessidades emergenciais: comida, água, roupa, teto... Fala de atitudes bem concretas: dar do que se tem, acolher, visitar, socorrer. Para Ele, o decisivo não é um amor teórico, mas a compaixão prática que socorre enquanto é tempo para recuperar a vida do povo fragilizado. É o amor compassivo que está na origem de toda a sua atuação no meio do povo. A compaixão não é para ele uma virtude entre as outras. Ele vive impregnado pela misericórdia: dói-lhe o sofrimento das pessoas. Nada o detém quando se trata de aproximar-se dos que sofrem e empenhar-se em favor deles.

Numa sociedade onde há multidões mergulhadas na fome e na miséria, como a do Haiti, abrem-se para nós duas alternativas: manter a frieza e a indiferença diante do sofrimento alheio ou despertar o coração, mexer as mãos e envolver-se para ajudar a mudar a sorte daquele país. Foi este o apelo de misericórdia que o povo haitiano nos fez no advento, ao qual muita gente respondeu com edificante empenho. Tanto por parte de irmãs e simpatizantes, quanto por parte de outras pessoas e comunidades, houve emocionantes provas de sensibilidade, solidariedade e partilha. Alguns depoimentos nos dão testemunho disso: “Fizemos muito mais do que uma campanha financeira para o Haiti”. “Conseguimos envolver centenas de pessoas através de grupos de economia solidária, grupos de reflexão, da rádio e do Informativo Paroquial”. “O conteúdo da carta nos permitiu dias de reflexão, de retiro, de contemplação de Jesus pobre e encarnado entre os mais pobres”. “Nesta campanha nos sentimos missionários/as, com as mãos na massa e os pés no chão”. “Para nossa confraternização de natal fizemos biscoitos de argila – para estar mais em comunhão com os haitianos. Foi uma experiência inesquecível...!”

Essas declarações nos deixam emocionadas e nos fazem entender melhor a postura de Jesus diante dos discípulos, quando estes lhe pediram para mandar para casa a multidão de gente faminta que o seguia. Ao invés de despedir o povo, Jesus comprometeu os apóstolos dizendo-lhes: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. E fez a multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes. Nenhuma pessoa voltou para casa com fome e ainda sobraram doze cestos de alimento.

“Ver e ter compaixão é que faz a diferença
Um olhar compassivo muda tudo...
Aventurar-se a um olhar nascido nas entranhas da compaixão
é um caminho sem volta,
pois, quando nos deixamos tocar pela beleza humana machucada,
nunca mais seremos as mesmas pessoas.

Nunca mais poderemos chegar perto,
sem abrir o coração, a mente e as mãos
para acolher o invisível e,
com paixão, buscar juntas/os construir a esperança
compassiva e transformadora.

Ver e ter compaixão é deixar-se possuir
pela dor alheia, ser tomadas/os pelo "vírus" da solidariedade
e ir "contaminando" a humanidade, gota a gota,
acreditando que de "Nazaré" poderá sempre sair coisa boa.

Ver e ter compaixão
é ver a beleza da flor na casca dura da semente!!!
É sentir a ternura da irmandade dissolvendo a frieza do individualismo.
É reconhecer as "lepras" existentes e, num abraço
terno e comprometedor, curar mutuamente as feridas e
compartilhar a dignidade refeita”.
 (Irmã Carmelita Zanella).

A cada pessoa que se envolveu na campanha, que deu de seu tempo, seu pão, seu feijão e arroz, abdicou de um presente de natal... enfim, estendeu sua mão solidária em favor das crianças, das pessoas órfãs, mutiladas, famintas e desamparadas do Haiti, nossos sinceros agradecimentos. Que Deus os/as abençoe sempre! E que São Francisco e Santa Clara inspirem sempre a sua caminhada.
                                  
                                                                      
Irmã Carmela Panini
Irmã Alzira Munhoz
Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas

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