domingo, 27 de maio de 2012

SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS!

Segundo o evangelho de João, o Espírito torna presente Jesus na comunidade cristã, recordando-nos sua mensagem, fazendo-nos caminhar na sua verdade, interiorizando em nós seu mandato de amor. A esse Espírito invocamos na festa de Pentecostes.

  
VEM ESPÍRITO DE LUZ!
Vem Espírito Santo e ensina-nos a invocar a Deus com esse nome profundo de "Pai" que nos ensinou Jesus. Se não sentimos sua presença bondosa no meio de nós, viveremos como órfãos. Recorda-nos que somente Jesus é o caminho que nos leva até ele. Que somente sua vida entregada aos últimos nos mostra seu verdadeiro rosto. Sem Jesus nunca entenderemos sua sede de paz, de justiça e dignidade para todos seus filhos e filhas.
Vem Espírito Santo e faz-nos caminhar na verdade de Jesus. Sem tua luz e teu alento, esqueceremos uma e outra vez seu Projeto do Reino de Deus. Viveremos sem paixão e sem esperança. Não saberemos por que lhe seguimos nem para que. Não saberemos por que viver e por que sofrer. E o Reino seguirá esperando colaboradores.

Vem Espírito Santo e ensina-nos a anunciar a Boa Notícia de Jesus. Que não joguemos cargas pesadas sobre ninguém. Que não pronunciemos julgamentos sobre problemas que não nos doem, nem condenemos aos que necessitam sobretudo de acolhida e compreensão. Que nunca quebremos a cana rachada, nem apaguemos a mecha vacilante.

Vem Espírito Santo e infunde em nós a experiência religiosa de Jesus. Que não nos percamos em trivialidades enquanto descuidamos da justiça, da misericórdia e da fé. Que nada nem ninguém nos distraia de segui-lo como único Senhor. Que nenhuma doutrina, prática ou devoção nos distancie de seu Evangelho.

Vem Espírito Santo e aumenta nossa fé para experimentar a força de Jesus no centro mesmo de nossa debilidade. Ensina-nos a alimentar nossa vida, não de tradições humanas nem palavras vazias, mas do conhecimento interno de sua Pessoa. Que nos deixemos guiar sempre por seu Espírito audaz e criador, não por nosso instinto de segurança.

Vem Espírito Santo, transforma nossos corações e converte-nos a Jesus. Se cada um de nós não muda, nada mudará na sua Igreja. Se continuamos prisioneiros da inércia, nada de novo e bom nascerá entre seus seguidores. Se não nos deixamos arrastar por sua criatividade, seu movimento ficará bloqueado.

Vem Espírito Santo e defende-nos do risco de esquecer Jesus. Tomados por nossos medos e incertezas, não somos capazes de escutar sua voz nem sentir seu alento. Desperta nossa adesão, pois se perdemos o contato com ele, seguirá crescendo em nós o nervosismo e a insegurança.
                                                                            

                                                                 José Antonio Pagola

Senhor


Caminha conosco Senhor;
Fica conosco Senhor.

                                                      Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS 



Caminha conosco, Senhor, quando o desânimo ameaça paralisar nossos passos e o horizonte se enche de sombras obscuras que impedem ver a nova aurora.
Fica conosco, Senhor, quando nos domina a agitação febril do fazer e do produzir e não sobra mais tempo para o repouso e a paz, a oração e a contemplação.

Caminha conosco, Senhor, quando a estrada é íngreme e tudo em volta é deserto. Sentimo-nos órfãos e solitários, perdidos e abandonados em becos sem saída.
Fica conosco, Senhor, quando somos tomados pelo frenesi do ter e do consumir e esquecemos de que poucas coisas, frugais e sóbrias, bastam para fazer-nos felizes.

Caminha conosco, Senhor, quando a escuridão da noite nos enche de medo e angústia e tudo em volta parece povoado de vozes estranhas e fantasmas desconhecidos.
Fica conosco, senhor, quando os minutos e as horas, os dias, os meses, os anos são devorados pelo afã de aplausos e títulos, riqueza e poder, fama e celebridade.

Caminha conosco, Senhor, quando o fardo dobra de peso, as pernas tremem e vacilam, a cruz das dores e do sofrimento se amplifica e não sabemos como carregá-la. 
Fica conosco, Senhor, quando, apesar da carga que nos encurva os ombros, teimamos em ir adiante, não admitindo a fragilidade, nem a necessidade de parar.

Caminha conosco, Senhor, quando o ruído das coisas, das máquinas e das pessoas nos tornam surdos aos apelos que nos chegam do alto e do chão, de dentro e de fora.
Fica conosco, Senhor, e ensina-nos a resgatar o dom do silêncio e da escuta, na busca de um oásis de paz e quietude, em meio às turbulências do cotidiano.  

Caminha conosco, Senhor, quando nos surpreendem as encruzilhadas da vida. Ilumina o rumo de nossa escolha; para não perdermos a direção do porto.
Fica conosco, Senhor, quando as nuvens se adensam e perdemos a luz do sol.
Ensina-nos a acender uma vela, por menor que seja, ou caminhar no escuro.

Caminha conosco, Senhor, quando a multidão apressada nos absorve e atropela e nos fragmentamos em mil funções desconectadas de um eixo seguro.
Fica conosco, Senhor, quando necessitamos recolher nossos fragmentos dispersos e reconstruir o significado e a coluna vertebral da existência dilacerada.

Caminha conosco, Senhor, quando a ânsia dos shows, da imagem e dos espetáculos nos leva a substituir a via lenta e longa do processo pela vida curta do evento.
Fica conosco, Senhor, quando precisamos acreditar no fermento e na semente que germina no ventre úmido e oculto da terra, antes de buscar o sol, o ar e o céu.



Caminha conosco, Senhor, quando atividades desencontradas travam a trajetória e nos perdemos em meio a um corre-corre que ameaça submergir-nos.
Fica conosco, Senhor, quando a sede, a fome e o cansaço batem à porta.
Nutre-nos com Tua água viva, teu alimento eucarístico e teu repouso vivificante.

Caminha conosco, Senhor, como o fizeste com os discípulos de Emaús.
Sê um forasteiro que interpela os fatos e os ilumina com a Palavra.
Fica conosco, Senhor, quando declina o dia e as trevas se aproximam.
Sê, ao mesmo tempo, nosso hóspede e anfitrião, que oferece pão e salvação.    


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Caminho que a gente é ... Por Casaldáliga


 Por: D. Pedro Casaldáliga



Retirante,
só caminho
é que há.

Terra de roça e morada
não tem mais.
Os sete palmos de outrora,
nem todos vão encontrar! 

Retirante,
caminheiro,
só caminho
é que há.

Caminho que a gente é,
caminho que a gente faz:
para viver,
para andar,
para outros caminheiros
se ajuntar.
Caminho para os parados
se animar.
Para os perdidos,
de novo achar.
Para os mortos,
não faltar! 

Caminho que a gente é,
caminho que a gente faz.
Se tem cerca,
não tens braços
e facão para cortar?
Se a noite fechou-te o rumo,
procura junto aos irmãos,
coração em companhia
sempre encontra seu luar. 

Deus é Deus
em tudo e sempre.
A História
a gente a faz
lavrando no dia a dia
nossa hora e seu lugar.

Recolhe o sangue dos mortos
no sol de cada manhã.
Colhe dos ventos, o alerta
dos moços, colhe o afã,
dos índios, a liberdade,
e das crianças, a paz.

Faz do canto do teu Povo
o rítmo do teu andar.
Sacode o largo letargo,
deixa a saudade pra trás:
quem caminha na esperança
faz, no hoje, o amanhã!

Deixa os garimpos de lado,
se te queres bamburrar.
A Terra, que é mãe de todos,
amor de todos será!

Caminheiro,
companheiro,
só caminho
é o que há:
caminho que a gente é
caminho que a gente faz!

Por ora,
isso é o que há....
mas, um dia, o mundo vira
e tem o que haverá!


  Versos Adversos – Antologia  -  Editora Fundação Perseu Abramo
(Por indicação da Simpatizante Beth Resende - BH(MG) )

domingo, 13 de maio de 2012

PARABÉNS A TODAS AS MULHERES MÃES!

                                            

 MÃES, MAS SOBRETUDO MULHERES

Esta é uma semana na qual a imagem da mãe é muita louvada, reverenciada e poetizada. Quantas poesias e imagens tentam retratar e expressar o valor dessa imagem feminina de mãe como um ser quase divino. É verdade que há algo de divino na maternidade. O poder de gerar vida, amor uterino, amor que vem das entranhas, do útero é de onde se origina a palavra MISERICORDIA, que significa o amor que vem das entranhas, do útero, o amor de Deus.

Mas, essa imagem "divinizada" da mãe pode também ocultar toda a mulher que existe na mãe. Somos mães, mas, sobretudo mulheres, com todas as nossas potencialidades de amor, cuidado e doação, mas também com nossos desejos, limites, fragilidades e incapacidades como todo ser humano real. Não são poucas as mulheres que se anularam completamente num ato quase "crístico" de sacrificar-se por seus maridos e filhos, esquecendo de si mesmas. Não podemos esquecer as palavras de Jesus quando nos ensina que: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" (Mc 12:33). Isso significa que não podemos amar ao outro perfeita e saudavelmente se não amarmos a nós mesmas. Esse amor sacrificial poder ser adoecedor para quem dá e para quem recebe.

De outra parte também temos mulheres impedidas biologicamente de gerar filhos/as ou ainda mulheres que decidiram que não querem ou não se sentem prontas para serem mães e por isso sofrem. Sofrem por se sentirem menos mulher ou pela pressão social que quer arbitrar sobre os seus corpos como se fosse coisa pública onde todos podem opinar. Segundo Simone de Beauvoir "o corpo da mulher é um dos elementos essenciais da situação que ela ocupa neste mundo. Mas, não é ele tampouco que basta para defini-la" [1]. Portanto o definir-se mulher ou mãe está para além das funções biológicas do corpo. A maternidade não pode ser reduzida a um útero engravidado.

A maternidade pode ser vivenciada e expandida para todo corpo que acolhe e torna-se casa, abrigo, seio que ampara, cuida, integra assumindo a plenitude da experiência maternal. Todo corpo pode ser um útero pronto para acolher e cuidar da vida. Mas, o estereótipo da grande mãe, da mãe-virgem do Salvador, ou das palavras atribuídas a Paulo, que dizem que "a mulher que será salva dando luz a filhos", continua pairando sobre nossas cabeças como modelos de mulheres salvadoras de si mesmas. (I Tim. 2:14). Talvez seja um bom momento para lembrarmo-nos das mulheres-mães da genealogia de Mateus 1, mulheres que contrariam esse modelo estereotipado. Apesar de estarem de alguma forma relacionada à maternidade, "mas é na contramão de ser mãe que elas se empoderam. O que as salva não é o ventre engravidado, mas o poder de decidir seus estados de gravidez"[2].

Tamar, Raabe, Rute, Bete-Seba, mulheres, mães que entram na genealogia de Jesus escapando dos esquemas e estereótipos da sua época e são lembradas não por sua superioridade ética ou por ser modelo disso ou daquilo, mas pela coragem de agir em favor se si mesmas e de sua comunidade. Também nós, a exemplo dessas mulheres, somos desfiadas a resistir à mitificação e a estereótipos, bem como a termos o direito de dizer neste dia que somos mães (se pudermos ou quisermos), mas, sobretudo somos mulheres.
                                                                Da mulher, Odja Barros*.
 [1] O Segundo sexo. Simone de Beauvoir; Faos e Mitos Vol.1, p.57.

[2] Nancy Cardoso. Maria e as outras. In: Maria entre a mulheres: Cebi e Paulus. São Leopoldo-RS, 2009, p.95.

*Odja Barros: Pastora da Igreja Batista do Pinheiro em Maceió/AL. Ajuda a coordenar a Aliança Batista Brasileira. É integrante do CEBI-AL e do Conselho Nacional do CEBI. Colaborou nas seguintes publicações: O calor que une nossos corações; Como um só povo: reflexões sobre a unidade da Igreja.



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Petição Pública - Por Marciel Linhares





Meus Amigos, 

Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online: 

«Lei de Reforma do Congresso 2012» 

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=LRC2012 

Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que também concordaras. 

Assina o abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=LRC2012 e divulga-o por teus contatos. 

Obrigado.
marciel manoel linhares

Esta mensagem foi enviada por marciel manoel linhares , através do serviçohttp://www.peticaopublica.com.br em relação ao abaixo-assinado http://www.peticaopublica.com.br/?pi=LRC2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

LINDAS LEMBRANÇAS!

Ainda revivo a alegria experimentada no Encontro Regional de Simpatizantes que aconteceu em Camargos, no dia 18 de abril! A convivência, a partilha da caminhada que os diversos grupos estão realizando em BH, Timóteo, Ipatinga e outras comunidades, o momento celebrativo, colocando-nos em sintonia com os movimentos do mundo atual, foram profundamente significativos. Muito enriquecedor foi o aprofundamento. De fato, a semente do carisma das Irmãs Catequistas Franciscanas está se espalhando e sendo identificada na vida de muitas pessoas que através dele se colocam mais e mais a serviço do Reino.
Parabéns à equipe organizadora do encontro!
Valeu a pena ter estado aí para participar com vocês!
Meus cumprimentos à equipe que colabora com o Blog.
Continuemos juntos/as buscando viver o sonho de Francisco e Clara.
A cada dia que vem, a cada dia que vai, busquemos reconstruir a casa do mundo!  
                                                          Irmã Tereza Valler    
                                                                                                                                       


domingo, 6 de maio de 2012

As sem-razões do amor por Drummond




As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade



sábado, 5 de maio de 2012

POR UMA ESPIRITUALIDADE DA CONEXÃO

CONECTADOS À VIDA – Jo. 15,1-8




“Eu sou a videira e vós os ramos” (Jo. 15,5)

Se há algo que caracteriza nosso tempo é a nova consciência de ser rede-comunhão-interconexão-unidade. Todos já sabemos que tudo está interconectado: a globalidade é interação. Lentamente vai-se tomando consciência de que formamos parte de um todo. Há em nós uma necessidade básica de viver conectados com os outros, de entrar em relação com o mundo.

Este tempo pede de nós “uma espiritualidade da conexão”, da busca da experiência da Unidade, de estender pontes entre culturas, raças, sexos, crenças religiosas, ideologias, de romper fronteiras, de estreitar laços, de criar espaços acolhedores... Precisamos sair de nossos pequenos círculos para criar vínculos com tantas pessoas, grupos, organizações sociais e movimentos que buscam outra globalização, a globalização da solidariedade, da interconexão responsável, da comunhão universal.

“Conectar computadores é um trabalho. Conectar pessoas é uma arte” (Eckart Wintzen)

O desafio que se apresenta diante de nossos olhos é o de sermos fiéis à realidade para poder descobrir nela a novidade de Deus, uma experiência “mística” que nos faça tocar o mais profundo de tudo, e como conseqüência, denunciar o que obstrui e mata este dom novo de Deus.

Também através dos “chips”, “bytes” e “satélites” de nosso universo eletrônico o Espírito se infiltra. Através dos circuitos eletrônicos nos aproximamos da solidariedade universal, da busca da transcendência, da defesa do meio ambiente, da luta em favor da vida, do compromisso com a justiça...

Nessa direção, a oração cristã é um grande corretivo, é um convite a sentir-nos com os outros, a conectar-nos com todos e a viver em comunidade. Nela dizemos que nossa origem e nosso destino é comum (viemos de Deus e voltamos para Deus) e pedimos juntos o acontecer do Reino.

A imagem da videira e dos ramos, no Evangelho de hoje, nos revela a teia das relações, das inter-dependências e da comunhão de todos com a Fonte originária de tudo. Pertencemos a uma comunidade cósmica de vida tal como foi criada e sustentada por Deus. Somos quem somos somente na relação e por nossa relação com todas as criaturas e com o próprio Criador; somos alimentados pela mesma seiva divina, que tudo sustenta com sua mão providente.

Isto significa que há uma unidade fundamental que perpassa todas as partes do universo, na forma de uma “rede”. Nós, seres humanos, também fazemos parte desta vasta rede de inter-relações, conectados a todos os elementos da natureza, desde a menor célula até a ecologia global.

Sentimo-nos impulsionados pela seiva do Espírito que alimenta as energias do universo e a nossa própria energia vital e espiritual. Conectar-se com a videira possibilita alcançar a seiva, o pulsar da vida e o equilíbrio nas relações; viver em profunda fusão com a videira desperta as energias criativas, todas as grandes motivações adormecidas, toda bondade aí presente. Sem a seiva divina que nos atravessa nunca poderemos dar o verdadeiro fruto.

No entanto, percebemos, no contexto atual, que o ser humano tem perdido o contato e a comunhão com o cosmos e com os seus semelhantes, recusando receber a seiva que a todos alimenta; ele está conectado com tudo e com todos e, no entanto, tal conexão não lhe nutre, nem lhe oferece sentido à sua existência. A compulsão dos meios eletrônicos o ameaça de superficialidade, de individualismo e de isolamento. Isto tem provocado nele toda espécie de mal-estar, de doenças, de conflito e divisão, de insegurança, de ansiedade, de solidão, de aridez existencial... É aguda a consciência de uma fragmentação do eu interior.

A verdadeira nobreza do ser humano consiste nisto: há nele “algo” de interior, decorrente de sua profunda conexão com a Videira, de onde recebe a seiva que o nutre e o faz entrar em relação com tudo e com todos; há nele uma força latente, como uma energia fundamental, que o impulsiona a viver, que o ajuda a crescer e a melhorar continuamente, aumenta a sua capacidade de resistência, estimula-o a alcançar aquilo que é o sentido de sua própria existência: a verdade, a liberdade, o bem, o amor...

Com a presença desta força interior, a pessoa se sente guiada pelo seu dinamismo, que lhe proporciona saúde física, lucidez mental e limpidez afetiva. É esta força que comanda os melhores momentos da vida humana como um princípio ativo, dinâmico, criativo... Tais forças primordiais, vitais, presentes nas diferentes etapas do crescimento, são essenciais ao ser humano, graças às quais ele se orienta diante das solicitações da vida pessoal e das múltiplas escolhas, constrói a sua vida pessoal, reforça as relações comunitárias e sustenta o seu compromisso solidário no caminho em direção à plenitude do seu ser.

Quando esta “força vital” permanece bloqueada, o ser humano perde a direção, seca a criatividade e o gosto por viver, não faz progredir a sua potencialidade e demite-se da própria vida.

É decisivo religar-se à Fonte e aproveitar, para o desenvolvimento integral da personalidade, os abundantes nutrientes e recursos presentes nas profundezas do coração humano. São forças construtivas e autônomas, livres de influências externas, que devem ser colocadas a serviço da construção de uma personalidade sadia, equilibrada e mais rica. Com isso, todo seu interior se alarga e se dilata.

A seiva de nosso ser essencial constitui nossa autêntica vida. Descobri-la, abrir-nos a ela, fazer-nos transparentes a ela e vivê-la cada dia constituem a plenitude de nossa realização. É seiva divina, presente no eu mais profundo, que nos arranca de nosso fechamento e nos faz ir para além de nós mesmos; ela nos abre a uma Realidade maior que nos transcende; é ela que nos faz perceber que temos no coração um espaço que está feito à medida de Deus.

Precisamos viver mais nas raízes de nosso ser; precisamos aprender a viver de uma maneira mais profunda e autêntica, a partir do núcleo mais íntimo de nosso ser, a partir de nosso ser essencial.

E viver a partir de nosso ser essencial é nossa autêntica realização e plenitude. É chegar a integrar e harmonizar todos os níveis de nossa pessoa: corpo, mente, afetividade, coração... com a fonte de nossa vida. Intuímos um poço tão precioso dentro de nós, uma fonte tão profunda... Muitas vezes, passamos a vida buscando água em poços alheios, e não descobrimos nosso manancial.

Trata-se de descer em profundidade, de achar o nosso centro, aquele ponto de gravidade por onde passa o eixo do nosso equilíbrio pessoal. A oração nos ajuda a encontrá-lo e a ampliá-lo.

É nesse conjunto de recursos e dinamismos vitais que a Graça (seiva) de Deus trabalha; Ela pode ser considerada como uma presença dinâmica, um estimulante das energias latentes do eu.

A presença da seiva é um reforço, um suporte, um energético do eu, uma ativadora das capacidades do eu; ela não constrange, não violenta, mas ajuda, esclarece, mobiliza as energias presentes, facilita largamente a missão de cada um.

Mais ainda, o Espírito habita nosso ser profundo, sustenta nossas energias sadias, aumenta nossas forças, compromete-nos a crescer de forma autônoma. Ele age como um “princípio dinâmico” e como um “energético ativo”, que reforça as atividades criativas do eu. Temos de viver a partir do Espírito, transformando e vitalizando nossos gestos, pensamentos, compromissos, encontros.

Na oração: Eu canto por ser ramo, unido à Videira.

Sou ramo que se alarga, ampliando a minha vida. Eu deixo vida feita folha verde e cachos de uvas.

Sou ramo e jorro minha vida feito vinho saboroso. Sou ramo desde a origem. Sou ramo ligado à Videira. Sou ramo alimentado pelo vigor incontido da seiva.

Alguém vive em mim no silêncio. Alguém que conhece o bem, a verdade, a líberdade. Levo a Videira em minhas entranhas como um canto de libertação. Meu “interior” conhece a Videira. Conhece a Vida.

Sua Vida é minha vida. Seu viver é meu viver. Para mim, a vida é sua Vida. Sou ramo. Meu interior conhece a seiva da Videira. É algo como o espírito que me anima.

É algo que me “marca”, que me dá identidade. Se a Videira não me tivesse dado sua vida através de sua seiva, hoje eu não seria ramo.

Sou ramo e deixo a seiva transbordar em mim. A Videira se fez minha liberdade e minha força. A Videira me deu um nome: ramo. Sou peregrino no “silêncio”.

Sou ramo e o serei para sempre. Ramo sem fronteiras. Ramo sem cálculos. Ramo transbordante.

Sou para a aventura, sou para o desconhecido, sou para o novo, sou para o amanhã...

Sou fecundo/a como a Videira. Eu sei que em minha Vida há raízes eternas. Eu sei que vivo desde a origem. Eu sei que me alargarei enquanto chegue a vida da Videira.

Sou ramo e quero gritar bem alto. Sou ramo e vivo. Amo minha vida e não quero abafá-la. Amo minha vida e não quero morrer sufocado, desconectado da Videira. Grito a ti Videira, Fonte de minha vida!

                                                                                        Pe. Adroaldo - SJ

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Reflexão do dia


O tempo por Salvador Dali


“Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança tranqüila brincando de esconde-esconde. Infelizmente às vezes não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando ‘NÃO’: a viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos. A vida é mais emocionante quando se é ator e não expectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria. E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos. Esta mensagem é um tributo ao tempo. Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro. Porque a vida é agora. Não tenha medo do futuro, 
apenas lute e se esforce ao máximo para que ele seja do jeito que você sempre desejou. A morte não é maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.
(Dalai Lama)

Enviado  por Lindalva Macedo

Cântico das Criaturas - Por Francisco e Clara


Video postado por indicação do simpatizante Marciel Linhares

São Francisco por Ney Matogrosso


Video postado por indicação do simpatizante Marciel Linhares

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A poesia suave de Jesus




O evangelho de Jesus é um poema á simplicidade
Não requer explicações metafísicas nem elasticidade filosófica para entendê-lo.

Olhai as aves do céu, não semeiam nem ceifam, mas nosso pai celestial as alimenta
É a lição do desprendimento

Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não está apto ao reino de Deus
É a lição da perseverança

Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra
É a lição da auto-análise

Quando fores convidados para um banquete senta no último lugar
É a lição da humildade

Aquele que quer ser o maior que seja o que mais serve
É a lição da caridade

Vinde a mim todos vós que estás aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei.
É a lição do acolhimento.

Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração
É a lição da delicadeza.

Reconcilia-te com teu inimigo enquanto estás a caminho com ele.
É a lição da Paz.
Saiu o semeador a semear sua semente.
É a lição do trabalho.

Para entrar no reino do céu é necessário  nascer de novo.
É a lição da volta.

O filho do homem veio paa servir e não para ser servido.
É a lição da nobreza.

Seja o vosso falarsim, sime não , não.
É a lição da firmeza.

Tratai a todos como gostaria de ser tratado
É a lição da justiça

Vai e não peques mais. É a lição da resistência.

Lázaro,levanta-te e anda. É a lição da fé.

Procure Jesus nas coisas simples; na lágrima, no afago, na alegria pura, no trabalho honesto,no gesto fraterno, no poema á vida, enfim, em tudo que eleva e ilumina.Por isso é tão difícil para a ciência e para a filosofia encontrá-lo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

III Encontro Regional de Simpatizantes de MG


 Memória do Encontro
Em preparação para o Capítulo Geral e Provincial


Crachás dos/as participantes

Maria recepcionando com
 lembrancinhas

Acolhida dos/as participantes pelo Grupo de Camargos

Acolhida


Grupo reunido



Momento Novo para os grupos de simpatizantes

1. Deus chama a gente pra um momento novo. De caminhar junto com seu povo.É hora de transfromar o que não dá mais. Sozinho/a, isolado/a ninguém é capaz

Refrão: Por isso vem, entra na roda com a gente também. Você é muito importante. Vem!

2. Não é possível crer que tudo é fácil. Há muito força que produz a morte.Gerando dor, tristeza e desolação. É necessário unir o cordão.

3. A força que hoje faz brotar a vida. Atua em nós pela sua graça. É Deus quem nos convida para trabalhar. O amor repartir e as forças juntar.





Logomarca do Capítulo Provincial
   Tema: "Tecer caminhos de itinerância e irmandade no mundo em 
movimento."
Lema: " E Jesus se aproximou e começou a caminhar com elas e eles".


Celebração de abertura

A vida exige uma nova ousadia no mundo em movimento...
Coragem, Fé, Doação, Esperança, Presença, Partilha,Solidariedade
"A vida prevalece apesar do que acontece..."







" A mística francisclariana fundamenta-se no seguimento de Jesus Cristo pobre, 
 humilde, 
servidor, crucificado e ressucitado" 
" A forma de vida dos irmãos e irmãs de Francisco e Clara de Assis é seguir o santo evangelho".
" Nossa missão é defender a vida com os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo".


Caminheiro/a não existe caminho
Passo a passo, pouco a pouco,
o caminho se faz

Movimento do mundo
Varal reflexivo












Articulação Latino Americana
 Ninguém pode prender um sonho e impedir alguém de sonhar. Ninguém pode prender a esperança de um povo sofrido a lutar. Ninguém pode abafar o grito do oprimido clamando a Javé. Deus que salva e liberta o seu povo, ergue o caído e alimenta sua fé.

 Todo o sonho alimenta a história e a vitória do povo a chegar. Vamos juntos que neste caminho, ninguém sobra ou fica pra trás. Para ver esse mundo florindo,criança sorrindo,sem fome e sem dor. É preciso cuidar bem da vida, que a vida sofrida se eleva em clamor.

Ninguém pode prender um sonho como a luz do sol que nasceu. Ele brilha, inventando caminhos e desvela o que a noite escondeu. Ninguém pode abafar o grito de quem sofre e chora de tanto suor. Pelo pão, pela paz e justiça e anda à procura de um mundo melhor.




Beber a água viva desta paz querida que o Senhor me dá.
Mostrou-me um caminho não estou sozinho/a, vou lhe acompanhar.
De peito aberto, coração sincero eu lhe digo sim.
Quem vê o meu jeito,vê também meus feitos,segue logo,enfim.

Vem ó Francisco reconstrói a Vida, precisamos de ti
Vem ó meu povo, vem comigo agora,vem reconstruir.

O Senhor da Vida me chamou á vida para uma missão: 
Ser entre os pequenos o/a irmão/ã menor, ser ressurreição.
Esperança e fé que sempre fortalece o nosso coração.
E ilumina o povo dando nova vida, nova direção.


             
Lavabo com alecrim















É novo tempo, é tempo de esperança tudo a gente alcança se acreditar.
O evangelho vai nos renovando, a fonte caminhamos pra recomeçar.

Francisco e Clara, nosso mundo tem sede de paz!
Vem conduzir-nos á fonte viva que seca jamais.

Num mundo cheio de violência,tanta injustiça produzindo ais. 
Queremos ser novos instrumentos, com "Francisco e Clara - a mística da paz".

Um coração que sabe compreender, que sabe acolher, que sabe perdoar.
Abre-se em flor para um novo tempo. E, a cada momento, ele só sabe amar.

Mistura das Terras - Rodeio  SC
Mistura das Terras- Ipatinga MG



Mistura das Terras - Timóteo MG
Mistura das Terras- Belo Horizonte MG

Celebremos com alegria, toda a vida que aconteceu, pois Deus é o autor desta história, que a Irmã Catequista escreveu.

São 97 anos de envio desde que Rodeio escutou. O chamado se fez caminho.
Nas terras onde a irmã Catequista andou.


Se caminhar é preciso, caminharemos unidos/as.
E nossos pés , nossos passos, sustentarão nossos braços.
Não mais seremos a massa sem voz, sem vez, sem história.
Mas somos grupos que vão em esperança solidária.

Se caminhar é preciso, caminharemos unidos/as.
E o reino de Deus teremos como horizonte de vida.
Compartiremos as dores, os sofrimentos e as penas.
Levando a força do Amor em esperança solidária.

Se caminhar é preciso, caminharemos unidos/as.
E nossa voz no deserto fará brotar novas fontes.
E a nova vida na terra será antevista nas festas.
É Deus que está entre nós em esperança solidária.





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